sexta-feira, 13 de março de 2009

Prisioneiros e Infelizes

Aqueles cuja emoção gravita em torno dos efeitos das drogas são prisioneiros e infelizes. Se formos avaliar a história dos jovens e adultos farmacodependentes, não poucos deles já atravessaram tantas dores que pensam em suicídio, numa freqüência muito maior do que a média da população. Por que milhares de jovens, no início de sua história com as drogas, hasteiam a bandeira do prazer, mas, quando se instala a dependência, desejam, ainda que por momentos, o fim da vida? Raramente uma pessoa que mergulha no cárcere da dependência não pensa em suicídio, ainda que, felizmente, esse pensamento não se materialize. Que paradoxo é esse?
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A vida humana não suporta ser aprisionada. A liberdade é um embrião que habita na alma humana e não pode morrer. Se a liberdade perece, ainda que pela busca de um certo prazer, um caos na emoção é o resultado. Os usuários de drogas são amantes da liberdade, mas, sorrateiramente, matam aquilo que mais os motiva a viver. Passam por freqüentes crises existenciais, muitas vezes não exploradas pelos profissionais de saúde. E assim, à media que se afundam nessas sucessivas crises, eles perdem o sentido existencial e caem num tédio insuportável.
Do livro Superando o cárcere da emoção
Augusto Cury, Editora Planeta do Brasil
Página 33

5 comentários:

  1. Eu uso drogas, mas minha vida é bem diferente dessa que você narrou!
    Abs! =))

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  2. Vejam bem, Valci
    Nem todos os usuários são prisioneiros e infelizes.

    Se você ler o texto novamente, vai perceber que isso acontece quando o usuário se torna um dependente em grau considerável. Há quem use e não tenha problema nenhum. Até um cafezinho pode fazer mal se beber exageradamente, né não? Abraço.

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  3. Eu também não uso só na finalidade de me chapar não [...]
    Faz parte de minha cultura;
    Abs!

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  4. Entendo. Inclusive sou contra quem generaliza os usuários e cria o esteriótipo de que são marginais e anti-sociais.

    Todavia, nem todos são conscientes. Tenho alunos com 13, 14 anos que já estão entrando nesse mundo e sequer imaginam o perigo que correm se não não colocar limites na própria liberdade que busca.

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  5. Venho informa-lhes que as Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA) vêm por meio deste comunicado informar a todos sobre o projeto PRISIONEIROS DAS DROGAS, que se encontra em desenvolvimento em nossa instituição e será realizado em convênio com a Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), que nos contemplou com três financiamentos. O objetivo geral será investigar as relações entre o consumo de drogas na juventude brasileira e o aumento da criminalidade. O projeto é coordenado pelos professores doutores Maria Paulina Gomes e Oswaldo Munteal Filho, com a coordenação executiva de Ana Beatriz Leal e participação de integrantes do corpo docente e discente de nossos cursos..

    Além de permitir à FACHA contribuir para a discussão sobre um dos maiores problemas que afligem a sociedade no século XXI, a dependência química, o projeto PRISIONEIROS DAS DROGAS traz, igualmente, a possibilidade de se inserir num universo muito importante para o desenvolvimento da nossa instituição, a pesquisa acadêmica.

    O projeto PRISIONEIROS DAS DROGAS tem como meta a elaboração de diversos produtos, como uma cartilha educativa sobre drogas e violência, um site disponibilizando os dados da pesquisa, um documentário e uma campanha publicitária sobre o tema, além da criação de um Centro de Assistência Jurídica de apoio aos dependentes. O Seminário, a ser realizado nos dias 18 e 19 de agosto na EMERJ, levará para a sociedade civil as discussões sobre o quadro da dependência química no Brasil na atualidade.

    Percebe-se, desse modo, que os produtos resultantes do projeto PRISIONEIROS DAS DROGAS promoverão uma integração entre os cursos da FACHA, fomentando a interdisciplinaridade e possibilitando à comunidade docente e discente participar dessa relevante tarefa de realizar ações que levem ao debate sobre a dependência química e a violência no Brasil e contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas, importantes na construção de uma nova sociedade.

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