domingo, 29 de novembro de 2009

Escola e Homofobia



Um dos melhores artigos que já li sobre como trabalhar a homossexualidade na escola, da revista Pátio Pedagógica. Alías, essa revista é excelente e quem trabalha na área de educação não deve deixar de lê-la.

É fundamental trabalhar para que a escola não reproduza ou amplie situações de desamparo e hostilidade a que muitas lébicas, gays, bissexuais ou transexuais estão submetidos em seu ambiente familiar, em sua comunidade e em outros espaços.


A homofobia na escola é um problema real. Seu enfrentamento requer estratégias específicas voltadas a garantir tanto o avanço da agenda dos direitos sexuais quanto o reconhecimento da diversidade sexual e da pluralidade das expressões de gênero. Nesse espaço, é preciso confrontar crenças e valores que alimentam os preconceitos heteroxissistas e a hostilidade homofóbica, pois pedagogias que reiteram as lógicas da "heterossexualização compulsória" prejudicam a formação de todas as pessoas.

Emprego a noção de diversidade sexual para me reportar às temáticas diferentes à população Lébiscas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros (LGBT) e às dissidências em relação às "normas de gênero". A categoria LGBT não é usada aqui a partir de pressupostos essencialistas ou fomentadores de classificações ou exclusões. Eu a considero uma categoria política, dotada de dinâmicas e tensões, passível de contínuas reconfigurações.

A homofobia costuma ser vista como um conjunto de emoções negativas (aversão, desprezo, ódio, desconfiança, desconforto ou medo) em relação a homossexuais ou mais concretamente, a lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais. Na verdade, a homofobia transcende sentimentos individuais: trata-se de preconceito, discriminação e violência contra pessoas cuja orientação sexual (orientação do desejo sexual), identidades ou expressões de gênero (identificação dos sujeitos com configurações de masculinidade ou de feminilidade) não se conformam com a heteronormatividade, ou seja, valores, normas e dispositivos por meio dos quais a heterossexualidade é instituída como a única forma legítima e natural de expressão identitária e sexual. Nesse sentido, as práticas sexuais não reprodutivas são vistas como desvio, crime, aberração, doença, perversão, imoralidade ou pecado.


Espaço crucial na construção de sujeitos e subjetividades sintonizados com a heteronormatividade, a escola desempenha um papel central na produção e na reprodução da homofobia. Nela, a homofobia é consentida e ensinada (Louro, 1999) em rotinas de constantes ofensas, constrangimentos, ameaças, intimidação, moléstias, humilhações, tormentas, marginalização e exclusão.

Segundo pesquisa da Unesco (2004), cerca de 60% dos professores brasileiros consideram inadmissível uma pessoa ter relações homossexuais. mais de 21%¨não gostaria de ter vizinhos homossexuais. Outra pesquisa constatou um alto percentual de docentes que afirmam não saber abordar a homossexualidade nas aulas (quase 48% em Vitória) e que consideram a homossexualidade uma doença (mais de 20% em Manaus e Fortaleza). Entre os pais, 60% não desejariam que seus filhos tivesses colegas homossexuais. Entre os estudantes, muitos não gostariam de ter colegas homossexuais (mais de 44% em Maceió e Vitória) e "bater em homossexuais" foi apontado como o exemplo menos grave de violência (Abramovay et al., 2004).

Pesquisas realizadas nas paradas LGBT de São Paulo, Rio de Janeiro, belo Horizonte, Porto Alegre, Recife  e Manaus apontam a escola como o primeiro ou segundo pior espaço de manifestação homofóbica. Em 2004, no Rio, 40,4% dos jovens entrevistados disseram ter sido discriminados na escola (Carrara e Ramos, 2005). Uma recente pesquisa da Fundação Perseu Abramo indica que as pessoas LGBT são um dos principais alvos de ódio e aversão social na Brasil (Venturi, 2009).

Na escola, a homofobia incide no padrão das relações sociais entre alunos e professores; afeta o bem-estar subjetivo; dificulta o aprendizado; afeta as expectativas de alunos e professores quanto ao "sucesso" e o rendimento escolar; produz intimidação, insegurança e falta de autoconfiança; promove estigmatização, segregação e isolamento; gera desinteresse; produz ou agrava a distorção idade-série; favorece o abandono e a evasão escolar; desencadeia tendências de se evitar contextos que apresentam potencial discriminatório; reduz oportunidades e prejudica o processo de inserção no mercado de trabalho; enseja invisibilidade ou visibilidade distorcida das pessoas; conduz à maior vulnerabilidade em relação a chantagens, assédios, abusos, DSTs e AIDS; tulmutua o processo de configuração identitária e a construção do respeito de si; influencia a vida social em geral; dificulta a integração das famílias homoparentais na comunidade escolar, etc.

Revista Pátio Pedagógica, Ano XIII, Maio/Julho 2009, nº 50

sábado, 28 de novembro de 2009

Charadas e Enigmas - 2



Uma vez lancei aos leitores do Heureka um desafio de charadas e enigmas. Foi um dos tópicos mais comentado do nosso blog! Então, lanço agora um outro desafio, mas dessa vez sem as respostas! Se você souber, é só comentar e conferir com as outras depois.

1. Um homem estava apaixonado por sua namorada e resolveu pedir a sua mão em casamento:
    - Querida, eu te amo! Mas só caso contigo se você for virgem.
    - Querido, isso não importa, o que importa é que eu te amo!
    - Não! Eu te adoro, mas só casarei contigo se você for virgem.
    - Mas, querido... o que importa é que eu te amo!
    Qual é o filme?


2. O pai de Maria tem 5 filhas: Lala, Lelé, Loló, Lulú...Que filha da família está faltando nesta lista?

3. Quanto tempo leva um trem de 1km para atravessar um túnel de 1km de comprimento, se o trem viajar a        60km/h?

4. O que é maior que Deus e que os mortos comem, e se os vivos comer acabam morrendo?

5. Quatro romanos e um inglês viajavam num automóvel dirigido por uma mulher. Qual é o nome da mulher?

6. O rato roeu a roupa do rei de roma. Quantos erres tem nisso?

7. No dia anterior a ontem, Joana tinha 17 anos. No próximo ano ela completará 20. Como isso é possível?

8. Faça uma soma que dê 12 usando 3 número iguais que não seja 4.

9. Ao olhar para um retrato, um homem disse: Não tenho irmãs nem irmãos, mas o pai daquele homem (do retrato) é filho do meu pai. De quem é o retrato?

10. Quatro amigo vão ao museu e um deles entra sem pagar. O fiscal quer saber quem foi o penetra:
      - Eu não fui, diz o Benjamim.
      - Foi o Pedro, diz o Carlos.
      - Foi o Carlos, diz o Mário.
      - O Mário não tem razão, diz o Pedro.
      Só um deles mentiu. Quem não pagou?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Período do Arcadismo em Portugal


        O Arcadismo, também considerado como neoclassicismo, é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII. Arcadismo vem da palavra Arcárdia, nome de uma região montanhosa do Peloponeso, na Grécia. Essa região era considerada, no plano mitológico, como o lugar da morada dos deuses, e no plano real, Arcádia era uma região habitada por pastores, que além do pastoreio, dedicava-se à poesia.


            No início do século XVIII, ocorre a decadência do pensamento barroco e o espírito reformista envolve este século numa valorização antropocêntrica, em que o predomínio da razão faz com que o homem elimine a fé e a crença religiosa, conflituosa do período barroco. O desenvolvimento tecnológico, industrial, social e científico é impulsionado pelo saber racional, que provoca uma verdadeira revolução do pensamento moderno.


            O Arcadismo corresponde a um período de mudanças marcantes na vida européia como um todo. Essas mudanças fazem parte de um movimento cultural chamado Iluminismo. Por isso, o século XVIII é conhecido como o “séculos das luzes”. A crença no homem, o racionalismo, os aspectos políticos e econômicos propiciaram a formação de capitais e o surgimento de uma nova classe, a burguesia, que se pode afirmar como força política e econômica durante esse período.


            Nesse movimento, acreditava-se que, para tirar os homens das trevas da ignorância e das superstições, seria necessário dar-lhes ''as luzes'' da ciência, procurou-se reunir todo o conhecimento cientifico e filosófico e divulgá-lo para a maior quantidade possível de indivíduos. Nesse contexto, o filósofo francês Diderot, auxiliado por D'Alembert, organiza a grande Enciclopédia. Entra em cena o Iluminismo, movimento que acreditava que a ciência, o progresso e a liberdade eram meios de trazer felicidade aos homens, contrapondo-se ao Estado Absolutista. Era a ideologia da burguesia em ascensão, que resultou na Revolução Francesa, na independência dos Estados Unidos e no cenário brasileiro, na Inconfidência Mineira.

            Com características reformistas, a Arcadismo pretende reformular o ensino, os hábitos, as atitudes sociais, uma vez que é a manifestação artística de um novo tempo e de uma nova ideologia. O exagero da expressão barroca havia se cansado, atinge um estágio estacionário e decadente, perdendo terreno para o subjetivismo da burguesia, predominando sobre a questão religiosa. A ciência é impulsionada, a máquina a vapor é aperfeiçoada e o trabalho artesanal começa a ser substituída por máquinas. O processo industrial atrai os camponeses, ocasionando o crescimento, o abandono do campo e o aumento das tensões sociais. Portugal sofreu influências da cultura italiana, espanhola e francesa, o que provocou a emancipação política da burguesia.


            Em Portugal, o Arcadismo estende-se desde 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, até 1825, com a publicação do poema “Camões”, de Almeida Garret, considerado o marco inicial do Romantismo português. Nesse momento, surge as primeiras arcádias, reuniões, grupos de poetas que buscavam a recuperação dos ideais clássicos, considerados fontes de equilíbrio e sabedoria. Daí o nome arcadismo, pois a Arcádia, morada dos pastores, representava o lugar ideal para a obtenção de equilíbrio e sabedoria. E por essa razão os poetas árcades se autodenominavam pastores e adotavam pseudônimos gregos e latinos. A fundação da Arcádia Lusitana, representou, entre outros aspectos, um movimento contra o Barroco. Um de seus símbolos foi o Inutilia Truncat”, uma frase latina que significa “cortar as inutilidades”, uma clara referência aos exageros do Barroco.

O Arcadismo é também chamado Neoclassicismo, porque é uma volta à antiguidade clássica  greco-romana, propondo-se a explorar a estética desta época e também a do Renascimento, no século XVI. O Arcadismo pode ser visto, sob o ponto de vista ideológico, como uma arte revolucionária. Contudo, do ponto de vista estético, é uma arte conservadora, pois ainda se liga à tradição clássica, tanto tempo cultivada pelas cortes aristocráticas.



É a partir da clara reação contra os exageros do Barroco que surgem os principais temas do Arcadismo:
• EQUILÍBRIO
• BUCOLISMO
• CONVENCIONALISMO
CARPE DIEM

Os árcades propunham o retorno aos modelos clássicos, porque neles encontravam o equilíbrio dos sentimentos por meio da razão, que seria a força controladora dos excessos. Buscavam, ao contrário do Barroco, uma linguagem simples, com períodos diretos e vocabulário fácil, sem o uso exagerado de figuras de linguagem, cortando tudo o que fosse inútil, desnecessário. Para eles, a literatura deveria ter um caráter mais didático, contribuindo para a formação da consciência. Os árcades exaltavam a virtude, a humildade, o comedimento. Seus heróis eram sempre pastores anônimos e felizes. Essa felicidade era basicamente conseguida através da segunda característica do Arcadismo.

Inspirados pelo preceito do poeta latino Horácio “fugere urbem” = “fugir da cidade, da civilização” os árcades acreditavam que somente no contato com a natureza, com o “locus amoenus”, “lugar ameno” o homem poderia alcançar o equilíbrio e a espiritualidade. Numa época em acontecia o crescimento das cidades, através do acelerado processo de industrialização, o Arcadismo pregava a volta à vida simples do campo. Daí a freqüência de temas pastoris e cenas campestres durante todo esse período. É importante observar que essa natureza correspondia a um cenário artificial, criado pelo poeta, que fala de riachos cristalinos, lindos campos, relva verde, mas que se encontra em
pleno centro urbano, é o chamado “fingimento poético no Arcadismo”, observado por vários estudiosos.

Outra característica é o convencionalismo, ou seja, as frases feitas, os clichês e os lugares comuns. Como: as ovelhas, os pastores e as pastoras, os montes, as ninfas e todos os demais elementos da natureza artificial criada pelo poeta árcade. Esse convencionalismo torna a poesia árcade, de uma maneira geral, marcada pela pouca expressividade e artificialismo. Além da monotonia provocada pela repetição, por vezes exaustiva, de temas bucólicos e pastoris.

Um último aspecto marcante dessa poesia é a filosofia do Carpe Diem “aproveitar o dia”, o “viver intensamente os momentos”. O tema da fugacidade da vida é muito comum em toda a literatura ocidental, o próprio Barroco o utilizou, mas visto por um ângulo negativo, próximo da idéia da morte. Agora o poeta árcade vai utilizá-lo como um convite amoroso, como insinuação erótica. O pastor, o poeta, consciente da brevidade da vida chama a pastora, a amada para que juntos aproveitem a vida.

Dentre os vários poetas árcades de Portugal, o que mais se destacou foi Manuel Maria Barbosa du Bocage, ou simplesmente Bocage. Bocage teve uma vida muito conturbada, após alguns anos de estudo dedica-se a vida boêmia e passa a freqüentar os bares portugueses e a conviver com prostitutas, marinheiros, vagabundos e com algumas poucas pessoas de nível social e literário mais elevado. Era conhecido com arruaceiro e aventureiro e, assim como Camões, foi soldado e durante alguns anos viveu e viajou pelas colônias portuguesas no Oriente. Há várias semelhanças entre sua vida e a de Camões, a tal ponto que em muitos momentos Bocage traça um paralelo entre elas, como nesse soneto:

“Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co’o sacrilégio gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és ... Mas, oh tristeza! ...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.”

Bocage, assim como outros tantos poetas árcades adotou um pseudônimo pastoril, assinava suas poesias como o nome de Elmano Sadino. Elmano é um anagrama de Manuel, seu primeiro nome, ou seja, uma nova palavra formada pela troca das letras de uma primeira palavra. E Sadino é uma referência ao rio Sado, que corta a cidade de Setúbal, onde o poeta nasceu.

Os estudiosos costumam dividir a obra de Bocage em dois momentos: um lírico e um satírico.

Sua poesia lírica mostra-se presa aos modelos do Arcadismo, povoada por pastores e imagens campesinas. Também se dedicou à poesia encomiástica, que como já vimos, era destinada à exaltação, à bajulação dos poderosos da época. Conta-se que Bocage, assim como outros poetas da época, viveu à sombra dos nobres, como faziam os bobos da corte durante a Idade Média.

Como poeta satírico, Bocage tinha por alvos principais os habitantes das colônias portuguesas, o absolutismo político e religioso, e muitas vezes os seus próprios colegas árcades.

Como poeta erótico, Bocage foi censurado em sua época e até hoje, muitos livros escolares não trazem exemplos dessa poesia erótica, marcada pela força poética e pela força em ser grosseira, vulgar, e referindo-se, muitas vezes, a atos obscenos.

Mas é sua poesia pré-romântica, contrária ao impessoalismo e ao convencionalismo, que o distingue dos demais árcades. Bocage valorizou o subjetivo, o sentimental através de uma freqüente luta entre a razão e a emoção, luta essa, que muitas se reflete numa visão pessimista e fatalista da existência. Em vários poemas os riachos e os pastores são substituídos por imagens fúnebres e sentimentos negativos. Como nos mostra o famoso soneto “Sobre estas duras, cavernosas fragas”.

Sobre estas duras, cavernosas fragas,
Que o marinho furor vai carcomendo,
Me estão negras paixões n’ alma fervendo
Como fervem no pego as crespas vagas.
Razão feroz, o coração me indagas,
De meus erros a sombra esclarecendo,
E vás nele (ai de mim!) palpando, e vendo
De agudas ânsias venenosas chagas.
Cego a meus males, surdo a teu reclamo,
Mil objetos de horror co’a idéia eu corro,
Solto gemidos, lágrimas derramo.
Razão; de que me serve o teu socorro?
Mandas-me não amar, eu ardo, eu amo;
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro.

Principais autores e obras de poetas árcades:
Manuel Maria Barbosa Du Bocage: Obras principais - Idílios Marítimos (1791); Obras Poéticas (1812-1813) e Verdadeiras Inéditas Obras Poéticas (1814).
Antonio Diniz Cruz e Silva: Obras principais - Odes Pindáricas, 1801; O Hissope, 1802;
Correia Garção: Obras principais - Assembléia ou Partido; Obras Poéticas.
Francisco José Feire, o Cândido Lusitano: Obras principais – Vieira defendido, Lisboa, 1746; O Secretário Portuguez Cómmodos à Instrucção da Mocidade Confirmado com Selectos Exemplos de Bons Autores, Lisboa, 1745;
Marquesa de Alorna: Obras principais – Alcippe, Lisboa, 1844;


Fontes:


Enciclopédia Mundial de Pesquisa, Editora Lisa (Autor, edição e ano de publicação não encontrados);
Enciclopédia Programa de Assistência ao Estudante, Editora Iracema, 1ª edição, 2002;

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Como baixar filmes sem fazer cadastro via SMS

BAIXE FILMES COM LINKS INVERTIDOS (clique no link abaixo):
http://ponderador.blogspot.com/2010/06/como-baixar-filmes-com-links-invertidos.html

ATENÇÃO: Alguns leitores enviam comentários afirmando que não estão conseguindo baixar filmes mesmo seguindo a dica. O Problema é o seguinte: Nem todos os downloads estão disponíveis e outros dão erros, mesmo fazendo o processo da dica corretamente. Por isso eu disse no texto "se o arquivo estiver realmente disponível". A solução é tentar outros suportes de armazenamento: megaupload, easyshare, rapidshare, file upload, file mirror, entre outros.

Você é daqueles que curte baixar filmes e músicas pela internet? É daqueles que encontra uma vasta variedade de músicas para todos os gostos e estilos, filmes diversos, do animado ao adulto e, e se pudesse baixaria todos? Certo, confesso que também gosto, só falta turbinar meu PC, porque o seu HD ainda é fraco... Mas diz aí, você consegue baixar músicas e filmes numa boa, de primeira? Ou se depara com uma mensagem que pede para você cadastrar o seu celular via SMS?

Quando comecei a baixar alguns filmes, essa mensagem me deixava irritado. Pow, quem disse que quero ficar recebendo torpedos sem noção e pior, gastar com cada mensagem recebida? Quero é baixar filmes, rs. Daí procurei uma forma de burlar o pedido de castrado via torpedo e descobri uma que não tem erro. É o que vou te ensinar agora.
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Escolha o filme que você quer baixar e o suporte de armazenamento que você acha melhor ou tiver disponível. Eu prefiro o MegaUpload. Alguns sites de download de filmes e músicas abrem uma página direta para baixar o arquivo, já outros te direciona para uma página de cadastro do celular via SMS. Se fizer o cadastro, na verdade estará realizando uma assinatura e com certeza é paga!

Quando isso acontecer, faça o seguinte: na barra de endereço, aparece dois endereços integrados (dois http’s). Deixa só o segundo e tecla Enter. Pronto, se o arquivo estiver realmente disponível, abrirá uma página para fazer o download.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Feito Fera Ferida

FEITO FERA FERIDA


Era Agosto.

Cheio de gosto te conheci.

E à gosto nos tocamos, nos sentimos, nos amamos...

Agosto passou

E o desgosto chegou.

E mais que trinta dias, parece que não tem fim.

Não tem fim a dor.

Meu peito está aberto, machucado, mortalmente ferido.

Coração exposto, dilacerado,

À mostra de uma realidade destituída de qualquer sentimento seu.

Sem compaixão, o devaneio sagaz me amofina,

Veleja em minhas veias,

Percorre todo o meu corpo,

Quer o meu coração parar.

E eu quero viver!

Mas o peito está aberto, vulnerável...

Dos meus olhos vertem vertiginosamente,

Lágrimas de sangue

Já não sei mais o que vejo

E confuso, meus olhos mentem.

Meu hálito resseca meus lábios

Que sangram em busca de vida

Meu corpo padece, perece,

Os poros da epiderme se dilatam.

Sinto a pele rasgar por onde um dia você tocou

E prometeu aquecê-la com os seus abraços

As suas juras falsas e dissimuladas

Que jamais me faria sofrer

Agora cai por terra.

E junto a elas caio eu,

Ferido brutalmente,

Golpeado, lanceado,

Feito fera ferida

Que outrora, em outra vida,

Jamais pudera imaginar

Que um dia te conhecer

Fosse sinônimo de morrer.

Autor: Leo Cruz

sábado, 7 de novembro de 2009

Obrigado, Professor!

As experiências marcantes em nossa vida, sejam elas agradáveis ou não, sempre terão um lugar privilegiado em nossa memória, tendo em vista que são resultados de momentos que, de algum modo, influenciam o aspecto psicológico e social em que somos inseridos.

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Quero relatar uma experiência que aconteceu comigo no meu primeiro ano como professor primário, numa turma de primeira série, em 1996. Foi a primeira de tantas experiências que torna a profissão de professor tão gratificante.

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Alfabetizar crianças da zona rural é um grande desafio. A maioria delas não passa pela educação infantil e ingressa na primeira série, às vezes, sem nunca ter pegado no lápis. E foi assim com Reginaldo, um menino de sete anos, que teve o seu primeiro contato com a escola com o objetivo de aprender e ao mesmo tempo, me colocou na responsabilidade de ensiná-lo.

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Reginaldo era muito curioso, gostava de aprender e sentia-se realizado quando conseguia superar suas dificuldades. Todavia, ficou prejudicado quando adoeceu por duas vezes, acometido pela malária, doença tão comum naquela região. Embora o menino estivesse sempre disposto a aprender, o excesso de faltas fez com que perdesse parte do processo de aprendizagem. Sua mãe era presente, acompanhava a vida escolar do filho e reconhecia que este poderia ser reprovado por problemas que não competia a ele resolver.

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Como previsto, Reginaldo não alcançou média suficiente e teve que fazer a recuperação final. Eu percebia que ele tinha capacidade de passar no exame, era inteligente e sempre disposto a realizar as atividades propostas. No entanto, tinha certa dificuldade na produção escrita, pois não pode acompanhar todo o processo de alfabetização. Marcado o dia para o exame final, dona Ana, mãe do aluno, pediu que o mesmo fizesse o exame em casa, pelo que aceitei prontamente.

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Só depois percebi a diferença entre Reginaldo fazer o exame em casa ou na escola. O garoto não se sentiu à vontade em casa, sentia-se na responsabilidade de passar, familiares esperando o resultado, e demonstrava certo desconforto com essa situação. Mesmo estando sozinho ao fazer o exame, não conseguiu se concentrar e não alcançou a nota que precisava para sua aprovação.

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Ao comunicar o resultado para a mãe, percebi sua tristeza. Mais triste ainda ficou Reginaldo, que lutou contra a doença e esforçou-se ao máximo durante todo o ano. E fiquei pensando. Não queria sair dali com aquele resultado. Sabia que Reginaldo tinha condições de passar. E o menino ali, ainda sentando e cabisbaixo, talvez tentando aceitar a sua condição. E pela primeira vez, tomei uma decisão que me faz questionar o que é realmente avaliar. Chamei dona Ana e expliquei que o fato dele fazer o exame em casa foi determinante para o resultado negativo. “Por isso, vou dar a nota que o seu filho precisa. Reginaldo está aprovado”. E fui embora com a certeza de que tinha feito a coisa certa.

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Nesse mesmo ano, consegui transferência para outra escola. Fui convidado por dona Ana para passar um final de semana com sua família, antes de ir embora. Foram receptivos e como numa despedida, fizeram um grande almoço, como por agradecimento pela prestação de meus serviços. À noite, ao dormir, Reginaldo bate a porta e me entrega um bilhete, timidamente. Abro o bilhete e, escrito à lápis, tinha a mensagem “Professor, você é o melhor professor do mundo, por favor, não vá embora.” E minha alegria ao ler o recado se misturou a satisfação de tê-lo alfabetizado e permitido sua aprovação. Era um recado que, traduzindo, significava dizer: “Professor, obrigado por acreditar em mim!”. Mesmo com um pedido tão tocante, minha saída era certa. Posteriormente, fiz uma visita aquela localidade. Perguntei por Reginaldo a sua professora e grande foi a satisfação ao ouvir: “Reginaldo é o melhor aluno da segunda série!”.