Este
resumo apresenta uma síntese do tema “maus tratos infantis e violência laboral:
agressividade nas relações duradouras”, e descreve as principais causas
geradoras da agressão e suas conseqüências, a partir de pesquisas e
considerações pautadas em especialistas que estudam este assunto. Ao longo do
resumo, é possível perceber e compreender a caracterização em que se enquadram
as vítimas de maus tratos, os fatores de vulnerabilidade implicados e as
dificuldades de sua revelação, bem como o perfil dos agressores e porque estes
passam a adotar um comportamento que evoluem para a agressividade em geral.
Maus tratos infantis e violência laboral:
agressividade nas relações duradouras
Maus tratos infantis
Historicamente,
a violência contra as crianças constitui-se um problema histórico-cultural que
remota desde os séculos passados e perdura nos tempos atuais. Se os atos de
violência em que as vítimas são agredidas por estranhos são preocupantes, mais
alarmante ainda são os casos que as agressões são praticadas por pessoas da
família, invertendo o papel que essa célula máter deve exercer.
Embora
os adultos concordem que as crianças devem ser protegidas e recebam cuidados especiais,
pesquisas indicam que, nos Estados Unidos, ocorrem 2,7 milhões de casos
relacionados a maus tratos infantis (Children’s Defense Fund, 1992), que se
configura em diferente formas: violência física, abusos sexuais, abandono
físico, abandono emocional e violência psicológica.
Para
a psicologia social, as pessoas que cometem esses atos são consideradas
monstros, indivíduos seriamente perturbados, que foram vítimas de abusos na
infância e criam um ciclo no seu meio social. Porém, há agressores que não
sofreram violência na infância, aparentam ser psicologicamente normais (Emery,
1989), mas exercer um tipo de personalidade abusadora.
Segundo
Peterson e Brown (1994), as raízes desse problema tem origem nos fatores
socioculturais (pobreza, moradias superlotadas, mudanças freqüentes e
isolamento), fatores baseados nos adultos (maus tratos quando eram crianças,
problemas emocionais, abusos de certas substâncias, ser jovem e solteiro,
necessidade de controle sobre as crianças e técnicas ineficientes de
disciplina) e fatores baseados na criança (distração elevada, alto nível de
atividades, impulsividade elevada e
resistência a disciplina e controle paterno). O que se percebe é que os maus
tratos infantis surgem de uma ampla gama de fatores e isto explica porque
alguns pais e tutores agem com violência contra seus filhos e não com amor e
carinho. Quantos aos modelos para
reduzir a violência infantil, estes terão que considerar os três fatores
apresentados por Peterson e Brown, de modo que as iniciativas sejam destinadas
a combater ou intervir nos problemas em questão, diminuindo assim a incidência
dos maus tratos infantis e suas conseqüências.
Familicídio:
violência extrema dentro da família
O homicídio familiar
caracteriza-se pelo homicídio de membros da família, acompanhado ou não de
suicídio, sempre relacionado a atos extremos. Nestes casos, os pais matam seus
filhos ou o indivíduo mata o cônjuge e/ ou seus filhos. Estudos apontam que 93%
a 96% dos casos de familicídios são cometidos por homens (Wilson, 1995)
Os
fatores que levam os indivíduos a cometer tamanha brutalidade refletem em dois
pontos comuns: aquele que é cometido mediante o comportamento abusivo em
relação à família, manifestada pela frustração face a rejeição ou infidelidade
do cônjuge, e aquele que resulta de um comportamento depressivo diante dos
fracassos pessoais ou profissionais e vêem na aniquilação da família uma
“saída” de sua adversidade.
Violência
laboral: agressão no trabalho
A
violência física e psicológica no trabalho está aumentando em todo o mundo e
atinge níveis alarmantes. Somente nos Estados Unidos, uma média de 15 pessoas
são assassinadas por semana, num total de mais de 7.600 desde o início dos anos
80 ao princípio dos anos 90 (National Institute for Ocupational Safety ad
Health, 1993). Em 1992, as estatísticas informam que 1.004 foram assassinados
no trabalho, que representa um terço superior da média durante a década de 80.
Há
dois eixos que apontam a violência no trabalho: 1) grande parte
da violência no local de trabalho ocorre em conexão com crimes de roubo e afins, isso não implica os casos em que os trabalhadores com raiva, abrem fogo contra seus colegas ou supervisores; 2) pesquisas recentes indicam que a ameaça de dano físico ou agressão real são bastante raras: apenas 3% a 7% dos
trabalhadores das empresas em uma ampla gama de respostas.
As pesquisas sugerem que a maioria
das agressões no trabalho são menos dramáticas, sem atos extremos, como o
homicídio. Essas agressões geralmente são de natureza oculta, ou seja, a vítima
não identifica a fonte da agressão e às vezes nem percebe que foi objeto de
lesão intencional. Este tipo de agressão é preferido por duas razões: 1) no
local de trabalho há possíveis testemunhas que condenam os atos de agressão; 2)
O agressor preferem as formas dissimuladas de agressão porque reduzem o risco
de retaliação.
Arnold Buss (1961) sugere que as
agressões encobertas tendem a ser mais verbal que física, mais passiva que
ativa e mais indireta que direta. As formas verbais de agressão implicam no
esforço de causar danos através de ofensas e calúnias. Isto explica porque as
agressões dessa natureza são mais freqüentes, tendo em vista que as formas
indiretas são feitas através das ações dos outros ou através de ataques a
pessoas ou bens da vítima (família, amigos ou bens materiais).
Em geral, a violência no trabalho
pode revestir-se de diversas formas. Pode ir desde o ato primário da agressão
pura e simples até as formas mais sutis e traiçoeiras, e nem por isso menos
violentas, como a perseguição, a humilhação, a intriga, a calúnia e o assédio. A
base para essa explicação é simples: muitas organizações tem experimentado uma
rápida mudança e algumas dessas mudanças configuram a plataforma que leva ao
aumento da agressividade. Entre as mudanças mais importantes estão a mudança de
função (chefia, cargo, setor), redução do salário e as demissões.
No entanto, a violência no trabalho
não é uma forma de conduta inevitável ou inalterável. Por se tratar de uma
interação entre acontecimentos externos, cognições e características pessoais,
pode-se prevenir ou reduzir.
Análise
Crítica
Sabemos que a violência é um fator
agravante para o desenvolvimento da personalidade humana. Qualquer ambiente com
a presença de atos agressivos tem tendência a evoluir para um quadro mais
agravante, em que pode chegar a ações extremas e irreparáveis. Conhecemos suas
variantes e seu processo evolutivo, então convém salientar que faltam políticas
de prevenção mais operantes.
Apesar das iniciativas políticas já
desenvolvidas, é necessário intensificar as ações de prevenção e a integração
dos diversos segmentos sociais, que possibilite a discussão e a reflexão
geradoras de ações de caráter preventivo e diagnóstico. Embora os autores
citados no texto apresentado tenham exposto as diversas causas dos maus tratos
infantis e da violência laboral, podemos perceber que não há uma solução que
elimine as agressões em sua tipologia, tendo em vista que as desigualdades
sociais e econômicas são fatores coadjuvantes das causas de violência, mas isto não impede que
boas políticas de combate à violência alcance bons resultados dentro da
sociedade.
Conclusão
A elaboração deste resumo sobre os
maus tratos infantis e a violência laboral permite-nos concluir que o problema
faz parte da história do desenvolvimento da humanidade.
Não basta apenas conhecer os fatores
que conduzem ao aparecimento de maus tratos infantis bem como a violência no
trabalho, os seus diferentes tipos e suas principais manifestações, as medidas
de prevenção tornam-se tarefas prioritárias para compreender os problemas e
desenvolver estratégia de apoio e acompanhamento às vítimas em seus respectivos
casos. Desse modo, o diagnóstico
precoce da violência e sua intervenção evita uma evolução mais grave dos fatos,
reduzindo assim o risco de exposição da vítima.
Obs.: Fico devendo as referências bibliográficas.
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